No domingo, quase meia centena de pessoas apareceram para mostrar o seu apoio à Travêssa. Pela manhã, nada melhor do que ter vizinhos a trazer o pequeno-almoço. Para além disso, também ofereceram mobília, utensílios de cozinha, mantas, azeite e outros alimentos, disponibilizaram-se para ajudar e assumiram a sua solidariedade. Começava-se a perceber que as relações iniciadas no dia anterior fortaleciam-se e que a ideia de abrir a escola estava a ser bem recebida.
Ao longo do dia quem chegava ia-se organizando para colaborar nos arranjos, nas limpezas e melhoramentos do edifício, lavando o chão das salas, recolhendo o lixo do jardim ou arranjando fugas de água.
Para o final da tarde estava marcada uma conversa com o tema “Ocupar porquê?”. Depois de arranjar maneira de instalar toda a gente no pátio, surgiram várias considerações sobre a importância de relação com a comunidade local; os efeitos da turistificação da cidade e as formas de combatê-la; a necessidade de divulgar a ideia de ocupação; a criação de redes entre projectos semelhantes; a pertinência de acções sobre problema de habitação na cidade. Pelo meio também foram aparecendo propostas de actividades como a criação de um grupo de comunicação com os vizinhos, o ensaio de uma orquestra de música de intervenção e uma oficina de segurança informática.
Terminada a conversa, e aproveitando a energia que ainda existia, houve a preparação de um jantar comunitário.